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No episódio de nº 033 Luiza Helene lê O diario de Angela de Brito

 

Luiza Helena é ariana, remadora, vegana, nascida na zona leste de São Paulo, teve sua volta mulheres fortes, com quem desenvolveu trabalhos sociais e de apoio a outras mulheres, atualmente estuda a construção da memória de infância e pesquisa como redes de apoio as mães e a importância dessas redes na manutenção da sociedade e na criação e cuidado das crianças. Cursa licenciatura de artes visuais na Udesc.

Descrição do episódio:

Mulher, mãe, psicóloga, professora, amiga, irmã, tia, incrível, esposa, mulher, mulher que não aguentou, não aguentou a pressão, não aguentou a opressão, controle, seu coração ficou triste, triste, sufocado, até que parou de bater, Ângela de Brito.

 

Eu Mãe de Ângela de Brito.

 

Eu, mãe, meus outros dois corpos, amor, experiência, intensidade, visceralidade, parceria, idade, muitas, muitas, muitas e muitas emoções, sinto, prazer, sono, fome, me vaideço e me apaixono, são partes de mim, do outro, vejo neles meus brios, minhas sombras, me acho e me perco, lugares, seres do meu amor, quando falo de amor num dia desses, como esse, me lembro dela. Lloyd, ela tinha um caderno vermelho de poesia, dele, dela, sinto saudades, antes que eu pudesse decorar todas as poesias numa tentativa de tê-la dentro de mim, ele se foi, carregado de mim, assim como por toda a vida, eu sentia que ela se ia embora, minhas mãos pequenas não conseguiam segurá-la, apenas desejá-la. Hoje fiz salada de frutas para meus filhos, nem sei se percebi, ela é essa, mas era uma marca dela, quando paro e me olho, me vejo feita hoje, mãe e mulher, feita de pai e mãe, me vejo enterrar cascas de frutas como meu pai, e picar frutas deliciosamente, como minha mãe, nessa dança vou misturando ao meu bel prazer o que me convém, a praz, o que eu quiser, e assim vou eu, deixando minhas marcas no mundo, marcas de Gabriel, eloquente com as palavras, talvez também tenhas aprendido com dona Lloyd, nunca se viram, mas quem disse que é preciso? De corpo gingado e habilidoso, marcas de Mateus, mobilizador de plateia, não se inibe a puxar as palmas para um parabéns, mesmo que o bolo já tenha sido comido, faz piadas sem descrição, e dos coelho, traz os cabelos que insistem se colocarem de pé, meus meninos, Gabriel e Mateus, a vocês, o meu amor, Ângela.


VER.SAR é um podcast com artistas convidadas a compartilhar leituras de textos sobre práticas artísticas, maternidades e feminismos.
Este Podcast é uma plataforma de comunicação colaborativa que reúne mulheres artistas e seus referenciais textuais, a partir do exercício da leitura e busca criar um arquivo de consulta e compartilhamento gratuito de conteúdo relacionado às questões estruturais e conceituais implicadas em ser mulher na contemporaneidade. As artistas convidadas são mulheres que investigam e discutem os conflitos políticos da vida doméstica e pública produzindo pensamento crítico em nosso contexto e propondo mudanças significativas no mundo da arte.


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Curadoria: Priscila Costa Oliveira

Apresentação: Maria Flor e Priscila Costa Oliveira

Convidada: Luiza Helena

23 de março de 2020

 

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