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No episódio de nº 29 Adriane Neves lê E eu ainda me levanto de Maya Angelou e Mulieribus de Nívia Maria Vasconcellos.

Neste episódio a leitura é do poema da escritora que tanto a inspira pela vida, obras, força e autenticidade a qual ela denomina como a incrível Maya Angelou. E em seguida a escritora recita poema da  poetisa Nívia Maria Vasconcellos, que leva na sua mais recente obra "A PAIXÃO DOS SUICIDAS" o selo literário João Ubaldo Ribeiro ano II, escritora que ela diz, ter tirado a sorte grande, por ter sido a sua professora de redação.

Adriane Neves, é escritora, natural de Salvador-BA, está radicada em Florianópolis há 9 anos. E em 2018 lançou o seu primeiro livro: Palavra é arte, que abriu portas para o segundo livro coletivo Palavreiras, lançado na Flip-RJ e Beinal-SP 2018. E no mês de Outubro do mesmo ano, lançou o livro Alongar-me-ei os versos que teve lançamento oficial na livraria Catarinense e livraria Cultura de Salvador-BA.
Adriane, é figura comum nos Saraus, que acontecem em diversos pontos de Florianópolis, idealizou o Sarau A flor da boca, que teve 3 edições na Lagoa da Conceição. Adriane Neves, tornou-se imortal da academia de Artes e Letras de Florianópolis, ocupando a cadeira de número 6, que tem como patrona a escritora, jornalista, ex-deputada e professora Antonieta de Barros.
Em Florianópolis, suas obras podem ser adquiridas na livraria Catarinense do Beiramar Shopping, Casa Gil(Rio Tavares), diretamente com a própria escritora e nas lojas virtuais no site das Americanas, Submarino, Saraiva e Cultura e seus poemas podem ser lidos no

 

 

AINDA ASSIM EU ME LEVANTO

Você pode me riscar da História
Com mentiras lançadas ao ar.
Pode me jogar contra o chão de terra,
Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar.

Minha presença o incomoda?
Por que meu brilho o intimida?
Porque eu caminho como quem possui
Riquezas dignas do grego Midas.

Como a lua e como o sol no céu,
Com a certeza da onda no mar,
Como a esperança emergindo na desgraça,
Assim eu vou me levantar.

Você não queria me ver quebrada?
Cabeça curvada e olhos para o chão?
Ombros caídos como as lágrimas,
Minh’alma enfraquecida pela solidão?

Meu orgulho o ofende?
Tenho certeza que sim
Porque eu rio como quem possui
Ouros escondidos em mim.

Pode me atirar palavras afiadas,
Dilacerar-me com seu olhar,
Você pode me matar em nome do ódio,
Mas ainda assim, como o ar, eu vou me levantar.

Minha sensualidade incomoda?
Será que você se pergunta
Porquê eu danço como se tivesse
Um diamante onde as coxas se juntam?

Da favela, da humilhação imposta pela cor
Eu me levanto
De um passado enraizado na dor
Eu me levanto
Sou um oceano negro, profundo na fé,
Crescendo e expandindo-se como a maré.

Deixando para trás noites de terror e atrocidade
Eu me levanto
Em direção a um novo dia de intensa claridade
Eu me levanto
Trazendo comigo o dom de meus antepassados,
Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado.
E assim, eu me levanto
Eu me levanto
Eu me levanto.

Maya Angelou

 

MULIERIBUS

 

Pediram-me santa,
Quieta, meio timidez
Meio distância

 

Daquela forma, assim, meio beco
Poço seco sem balde
Nem moedas de pedidos

 

Queriam-me seca
Sem sorrisos ou poesias
Cercada de insônias

 

Mulher amordaçada
De outra estória
De uma história sem mim

 

Queriam-me personagem sem fala
Ali no canto da sala
Com nó na garganta
Corte no pulso
E outras mordaças a mais

 

Até peguei esse papel
Por um tempo
Alguns anos e outros meses

 

Hoje? Puta, bruxa, feiticeira
Não me chamo mais Maria
Tenho pecados

 
VASCONCELLOS, Nívia Maria. Mulieribus. In: SAMPAIO, Henrique, RODRIGUES, Larissa e FIALHO, Will.

Arcos de Mercúrio: antologia poética do Tarô. Feira de Santana: DiaboA4 Editora, 2015, p. 139.

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